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no caminho reto e a passo frouxo
apesar de cobras e motores
não se volta em olhar, ouvidos
e esforços de compreensão
enquanto no mundo de figurantes
o vento não sopra o ponto
da próxima fala ao improviso
a querência é muita
mas a convicção é fraca
cozinha ruminado com a notícia
e põe na bacia pra dormir
pra ver se nasce pureza
mas para além das buzinas
há o grito, o roer de madeiras
e todas as noites
a prece baixa de hoje
pergunta pelos chiados
tantas escuridões à espreita:
os ratos estão por dentro.
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10 de junho de 2009
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3 comentários:
Não sei onde que eu li que a cidade canta, era num começo de um livro que um amigo me mostrou. Realmente gostaria de lembrar qual que era, sabe, pra te dizer que o som se vale por si só, independente de onde pretenda nos levar. Havia a sinfonia da cidade, havia a goteira no banheiro, havia a prece murmurada o o nome sibilado. e havia música em todas as suas nuances - ouvi a tua e posso dizer que é bem bonita, viu.
Entro muitas vezes aqui, procurando o que vc escreve. Demora, mas quando vem, vale a espera. Este foi um soco. E um alento.
Tentarei vir aqui mais vezes... isso não é uma promessa... beijos!
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